As melhores festas de Lisboa eram na casa da Amélia, um duplo apartamento na Expo: ela e a irmã eram um desastre, não fechavam a porta a ninguém.,
Piravam-se os pais, meus colegas, para os congressos e elas, de vez, vezes as bejecas com tremoços n'O Cu de Judas, um café ali, para os lados do fim do mundo,
Reencontrei-as, nos quarenta anos da Sofia,
- Tinha namorado, Amélia?, Nem me lembro!
- O Rodinhas!, Quando o conheceste já vinha de patins!
- Imagino a confusão..., E os nossos pais...
- Partiam-se os copos e nós, com os copos, Como descalçamos a bota?...
E tu, Sofia,
- Se dá para fechar a porta, está tudo bem!
- E a limpeza?, Quem limpava?!
- A House Maid, que contratavas antes...
- Eu?!, Que organização!
Uma vez sairam-se mal,
- Lembras-te?, A mãe, ao fazer a limpeza com a empregada, deu com um camarão por cima da estante da sala!
- Pensavamos que lhes metíamos os dedos pelos olhos...
Não fossem os pais oftalmologistas,
A mãe aproximou-se,
- Se sabíamos!: era queixas dos vizinhos e os taxis a fazer fila à porta do trinta e sete...
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