quinta-feira, 11 de abril de 2019

Cena # 2067 - Falsa Partida...



Ora viva!

O António delirava,
- Éramos a quadrilha, desde que um grupelho de (analfa)betos nos vedou a entrada na festa: não queremos cá gente dessa!
A quadrilha: o Eduardo, eu: o António, o Luís e o Pedro, o Paulo, o Carlos e o Vítor. Mais tarde, entraram o Zé e o João Dois que valia por três,
Nove para dez: a hora do funeral da Professora Amélia.,

- Chumbou-me no sexto ano do liceu, vê tu, a mim que lhe prometi que para o ano é que era, e a outra meia dúzia que sabia mais do que eu!
Foi ideia do Luís, prega-lhe a partida. Literalmente...,


Corria o ano de setenta e seis,
- Era um dia escaldante de julho, mal nosso e dela: a roçar o cu pelas paredes, assentou a pandilha em simular a morte da Professora Amélia...

O Pedro era vizinho do Armindo dos Caixões, conhecia-lhe o número de casa: o Luís identificou-se como marido da falecida, chorou baba e ranho, e foi direito ao assunto,
- Caiu no chão e não reagiu: foi de caixão à cova!
Quase se enterrava quando lhe perguntaram na altura, a altura para o caixão: o Luís escapou, Tenho lá cabeça para isso!, Um metro e sessenta, mais faltava, não chegava.

- Corremos para o Bairro do Liceu e à casa do Zé, azar dele, todos os dias dava com ela de trombas: chegou o carro funerário, a polícia e o médico e só recordo o ar embasbacado da Professora Amélia, à varanda...,

Além(,) disso, não há nada,
- É cá, Amélia: cá se fazem, cá se pagam…











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