quarta-feira, 3 de junho de 2015

Cena # 558 - Por Uma Unha Negra!



Se não podemos comer a Marilyn, podemos, pelo menos, beber a Cola: todos temos direito aos quinze minutos de fama,
No caso do Peres, quinze segundos, a sorte não dura sempre.

Começo pelo fim, quer ser cremado, para debaixo da terra, sufoca de pensar, só dali para o Panteão.
Foi à consulta, das três pernas, só a direita se aguenta,
- Sabe, doutor, também joguei futebol...,
Na primeira, no Torreense, no tempo em que as bolas eram feitas por sapateiros,

Trabalhava na Base Aérea, o olheiro foi à bola com ele,
- Já não é do seu tempo..., O Borbas que foi para o Vitória, e o Dui, que abraçou a Cruz de Cristo, foram dois dos tubarões, e se tinham sangue nas guelras!, que jugularam comigo!

Gravatas à parte,
- Estreei-me num jogo de homenagem, em Campo Maior,
Foram lá ganhar por dois a zero,
- Entrei na segunda parte, estava um a zero a vinte minutos do fim e a malta defendia-se como podia, sem unhas e o Luís, que era médio, sem dois dentes!,
Canto da direita,
- O Campomaiorense tinha dois centrais-armário., Avancei para poder ver a bola que, entre tantos, passara por eles e me acertou na cabeça: golo!, na única vez que lhe toquei!

Virou herói, não se falava de outra coisa,
- Pensavam eles, e até eu já acreditava, que achassem ali outro Eusébio, joguei mais três vezes, mas logo deram pelo erro...
- Devia ter-me atirado para o chão, agarrado ao joelho, e ainda me punham ao lado do Pantera Negra!





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