- Obrigado, feliz ano novo!
Há dois anos que a T. trabalha na pastelaria. Evitou falar, estranhei, a simpatia transborda.
- Que se passa, T.?
- Um abcesso, não aguento mais!
Era um facto, a face assimétrica, meia bolacha de um lado, prescrevi o antibiótico.
- À bruta, nos dois primeiros dias!
- Obrigado, mesmo!
Naquele dia, trinta, a face igual, sem dores.
- A T. não está a tomar o antibiótico, aproxima-se a festa... - reclamaram as colegas.
Insisti, elas também, declinou:
- Quero beber à vontade e, depois, com o antibiótico...
Viajei para Munique no dia seguinte, a alcaria é tramada. Retornei a cinco, fui à pastelaria.
- Bem o devia ter ouvido, nunca mais!
Passagem de ano em grande, na cama, trinta e nove e a infeção propagada ao olho. Taxa de alcoolémia, zero, nem tudo é mau.
Soubesse, ter-lhe-ia desejado:
- T., entra com o olho direito!
Nos sentidos literal e figurado.
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