Cenas da Vida Familiar
Jorge dos Santos Forreta. Médico.
sábado, 9 de fevereiro de 2019
Cena # 2017 - A Lanchonete.
Declaração de desinteresse:
1- Sou a favor da prostituição, vejo-a como um mero negócio. Faço autópsias, preocupa-me os vivos, ali, os filhos;
2- Não a prostituição, varrida, de rua ou de estrada, mais faltava legalizada, pensam-na à vontadinha e isto é terra de bons costumes. Proibido proibir, porque estúpido e inexequível, prefiro-a em casas condignas e seguras
(nos anos cinquenta, as prostitutas dos Mareantes, antiga rua do Jangal, eram obrigadas à caderneta do registo sanitário);
3- Pagar impostos, bem, aí... Entra as finanças e a Iva, mais vinte e tal que isso para a restauração já era...
Pior: o que faz o janota com o recibo, trá-lo para casa e junta ao irs da mulher?
4- Surpresa vossa, nunca me emborrachei nem fui às putas, já sei o que perdi, jantares-ceia de laboratórios e despedidas de solteiros, vamos-comer-umas-gajas-está-lá-uma-preta-e-uma-branca-um-avião-e-um-dois-cavalos-maricas-não-apanhas-o-comboio-apanhas-onde?
As capelinhas: as tabernas do Artur, do Tanoeiro, do Pesca e, depois,
"Porque sempre por via irá direita", cantava Camões
As outras: as pensões da Chica e da Vinícola, o vinte e seis e a pensão do Novo Dia, na Misericórdia...
Também no Budha da Portela, se praticava o culto...
Era o tempo das boîtes, la maison où l'on passe, as pérolas saídas da casca e da Ostra, na Daniel de Sousa, o Cravo Azul e a Espanhola, na Pedra Furada, dois pintores (a nota de cem do Bocage) e já molha o pincel, A Feia, na rua da Palha, nas traseiras do antigo tribunal e o 1700, às docas, justa homenagem ao ano e ao esquecido Chupa-lhe a Pele, o chafariz, então, existente junto ao Convento de S. João...
Não espanta, pois, o desaparecimento do Guedes, persistiu nos brinquedos tradicionais!
O Morais era administrador do condomínio da clínica. Foi à consulta, apontei:
- Pinga na casa de banho...
Do primeiro esquerdo, que integra o condomínio e está arrendado...
- Um problema: quando acordo é quando ela se deita, quando me deito, acorda ela...
Esta malta fala alto e muito ao telemóvel, subia e descia a rua, ouviu-a:
- Sabe, amor, estou muito bem, vendendo chope e bebida branca numa lanchonete, se chama Cravo Azul!,
Te vas a quedar marabilhado...
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