terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Cena # 2013 - O Bordel de Éfeso e a História do Cu Agradecido.

                                                       
Ao fundo da estrada percebia-se a coluna de fumo, passaram ambulâncias e carros de bombeiros,
- Incêndio!
Numa paisagem árida,
Colidiram dois camiões e, os gases negros,
- Da fábrica de açúcar... - desculpou-se o guia.


Das cinzas renasceu Pompeia, tudo como dantes,
Éfeso é o exemplo da cidade superiormente restaurada, há pouco abandonada,
Acredito-os dissimulados no mar de gente ou escondidos nas colunas, agarrados ao mingau de fava,
Calhaus: Olímpia, os mármores de Elgin que o Museu Britânico recusa devolver, já se vê, gregos  para preservar o património, Delfos,

O oráculo: Um javali te indicará o local... e, aí, Androclos edificou Éfeso.
O porto na foz do Kaytros, que a ligava a Roma e Alexandria e a rota das caravanas, elevaram-na ao principal entreposto da Ásia Menor; tudo se comerciava: frutos frescos e secos, sedas e especiarias, escravos e ideias,
Ombreou com Mileto e Atenas,
Não espartanos, acolhiam livremente todas as religiões, os cristãos, uma cruz, ameaçavam a venda das estatuetas a Artémis,
O culto a uma deusa virgem e androfóbica, que engravidou a companheira Calisto quando Zeus se fez passar por ela, ela que Actéon ainda viu nua e foi o que ganhou, cascos e chifres e um boi a ver o monumento,
Os deuses vivem dos opostos,
Antes Afrodite.

Na ágora superior, o Odéon, o Prytaneion e o fogo sagrado; ao centro da praça, Ísis, filha do Céu, irmã de Osíris e sua devota mulher,
Por tradição, porque se acreditava numa segunda vida e porque Ísis já tinha provas dadas de ressuscitar os mortos: insuflou o falo morto de Osíris e concebeu um filho...

A elegante e marmoreada Rua dos Curetes desce à Biblioteca; régua e esquadro, Lysimachus cabulou a malha Hipodâmica e urbanizou-a,
Na rua, adornada de colunas, mercadejava-se sob o teto de madeira; aí viviam os abastados, nas casas dos terraços: a fachada simples e era só isso, o interior dionisíaco, sala de visitas com espreguiçadeiras improvisadas no mármore, vinho e bacantes, aquecimento central e frescos, as fontes do impluvium e a piscina de mosaicos, ali e um pouco abaixo,
Os banhos de Scholastika, o Calidarium e o Frigidarium, tudo ao molho e fé em Tycha, a deusa da fortuna, no templo de Adriano.

O edifício de dois pisos, que se vê ao fundo da rua, é a Biblioteca, imponente,
Os capitéis cortados iludem-na maior,
No piso térreo, em réplicas gessadas, a sabedoria e a ciência, a fortuna e a

Virtude: em frente, o prostíbulo, a genialidade romana, Nem por Cristo, Maria Cristina!, Vou mesmo à biblioteca...
A cem metros, esculpidos na pedra, um pé esquerdo que aponta a direção do bordel e afere o tamanho do pretendente, uma mulher peluda e achamboada que, lembra, nem tudo são rosas, e um retângulo, quem sabe o cartão de crédito, mais débito,

O espetáculo continua: o Grande Teatro, palco e arena para vinte e cinco mil, animais, fora as pessoas, e a sumptuosa Via Arcadiana que conduz ao porto, repleta de lojas e iluminada à noite,

À saída, a Meryem kilise, a Igreja de Maria para os já pecadores
E para os que sobem a avenida.





                                                                  II


DIKKAT! KAYGAN ZEMIN.

Já sei, Piso Escorregadio, escarranchei-me nos Curetes,
Não tenho onde largar o rabo, os chinocas, de olhos em bico com aquilo e com tudo, monopolizam as pedras possíveis,
Ergue-se um e já foste de máquina em punho, obrigado,
- Um cu agradecido...


3. E pronto, voo de Izmir às quatro e (não é) qualquer coisa, acordar às duas e meia,
O casal Pimenta deu para brincar às escondidas,

- Estavam ao meu lado, do seiscentos e um...
E ao lado, havia dois, o dois e o outro
Que me apareceu, nu e aos gritos, tal e qual, criatura do Egeu.

Entretanto, o casal Pimenta descera e estava na galhofa na camioneta, Estamos atrasados,
- O muezzin não vos acordou?...,
Claro,
- Ajoelhou, vai ter de rezar!








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