terça-feira, 12 de agosto de 2014

Cena # 323 - Quem Vê Melões, Não Vê Corações.

Dia grande, feriado em Beja, sem autópsias.
Trabalho do Tribunal do bendito, por hora bem pago, acabou; do outro, é fartura, fratura e courato arrancado, copo de três em pipa, é Penal e é pena, festa de estalo.

Há umas semanas, duas autópsias, o outro que morreu sob o reboque mais o outro que morreu sobre, a reboque dela, nem soube que
A morte se esconde nas curvas.

Encostei o carro à berma, empilhei a fruta,
- Os melões eram mel, a melancia, um melão!
Trabalho na terra e não trabalho na terra, isso a rapariga que os vende já percebeu e não percebeu nada,
- Desculpe: pelo aspeto estão bons mas, depois, quando os abrimos...
Quem vê melões, não vê corações,
- Calculo que sim, quando os abrimos...


 

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