domingo, 25 de maio de 2014

Cena # 270 - O Dia do Senhor.



Tenho hermesetas em casa, falta-me as pernas, sobra-me o apetite. Antes, furava os buraquinhos da Regina e não engordava, agora, que o perímetro aumenta e roubei a boia ao miúdo, faço furos no cinto.

O Tomás tem seis anos e gosta de sudokus,
(perco-me nos difíceis, relativiza as contas por pagar e preenche-me a insónia)
é inteligente, falta-lhe o espertismo, desejo-lhe sorte.
O Vasco é fabulástico e intelisperto, vai longe.

Sentados na varanda, adivinhávamos formas às nuvens, o Tomás, às voltas no cassetete, deitava contas à vida; problema complicado, qualquer dia pode, não posso eu. Ajudei-o.
Entretanto
o Vasco e o Simão desapareceram há minutos, um deles marcha lá dentro e parecem divertidos...

O telemóvel não para, é domingo e dia do senhor, ao sétimo dia devia descansar.
Ontem vazei trezentas pastilhas de edulcorante na caixinha vermelha, hoje talvez lhes devesse vazar os olhos. Treparam coisas e um no outro, a cozinha ficou pontilhada de branco, ainda apanhei o senhor Vasco a espalhar as últimas na sala e seu Simão, atrás,
- Follow the leader!,
A pisar as que podia!

Mandasse-os limpar e ainda lá estava, dói-me as costas e a Leonor arranjou-me amante, é domingo e ao sétimo dia era suposto o senhor descansar.


0 comentários :

Enviar um comentário

 
;