domingo, 13 de abril de 2014

Cena # 238 - Histórias de Coimbra IV.

A Susete compilou um pequeno glossário médico,

Gómitos e almariações, um Taco ao cracumilo, o jinete e o sapato que não entra, é a pedra nas duas vesículas, a fogage nas gémeas (mamas) e passa com aquele antibiótico, o vibra-me-em-cima, a raque e o raio nos parta, a veia do gozo, a gruta dos prazeres e a colega ucraniana que não percebeu a boca do corpo e vá de lhe enfiar luz e espátula na goela,
Passarinha e pardais ao ninho, só tenho ralações, por cima e por baixo, estou embuchada, melhor a injeção para o teto ou ainda apanho a doença da moda, rinses e cruzes(,) canhoto!


Astragalomancia: os gregos antigos tentavam a adivinhação através dos ossinhos, provém de astrágalo, um osso esdrúxulo do pé...
O Paulinho repetia o primeiro, a tuna e as borgas ou as borgas mais a tuna entravam pela noite e o sono pelo dia, a primeira aula dele era a nossa última,
Osíris e Zeus, entre vivos e mortos salva-se alguém,
- Dionísio, rei da pinga e do formol dos frascos da faculdade e Hades, senhor do submundo, me protejam!


Entrou na sala, lá estava o Ganés, o Professor com as trombas do Homem-Elefante, fosse o hospital de Merrick e lá o humanizavam,
E Kali, a terrível assistente...

- Sente-se à vontade
O Paulinho recuou, hesitou no tom, afirmação ou pergunta?...
- Sim, não, bem...
- Ossos do pé, o que sabe deles, senhor Paulo?
Nim, a pitonisa não acertava esta, nem ao diabo lembrava, estudara umas coisas mas faltara àquela aula, o calcâneo um osso duro de roer, comecemos...
- Bem, temos o astragÁlo...
O professor apontou a presa e barriu de imediato:
- A estragá-lo está você, imbecil, vá para casa e nem me apareça em setembro!...

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