domingo, 12 de janeiro de 2014

Cena # 161 - De Acordo, Com ou Sem Ele.



Com o novo Acordo, caíram pês e cês, o corno e as hastes transformadas num Abraão garanhão aos  noventa e nove, com um filho nos braços.
Aberto a todo o neologismo, o Acordo despreza a História e atira às urtigas novecentos anos do calão.

O António Pedro é ginecologista, bonito, de olho azul
- Trabalho onde os outros se divertem...
Afável e seguro, desencarcerou os meus três filhos, tudo lhe devo: endereço-lhe utentes, brasas dos vinte aos quarenta que ainda lhe pagam e fico-lhe a dever à mesma.

Enviei-lhe a Carla de útero invertido, busca parceiro para não abolorecer e fazer as coisas de pernas para o ar. E arranjou, aleonado e bem parecido, mas: pouco dado à ginástica e ao pino.

Marcou para o António Pedro, para a revisão dos trinta e cinco: sala cheia, em scherzo, não tardou a entrar. O ovário esquerdo, treleado, perdeu o norte e descaiu, com o taneco, melhor ir à bruxa da Fonte Nova, trinta euros, lê a sina e ainda lava o olhado.
- O seu companheiro tem de fazer pontaria à direita, está a ver...
E dispareunia?, chamam os médicos às dores no coiso e tal...
- Sim, doutor, vejo-me em pancas!

Posição assim mais assada, perífrases à parte...
- Isto das dores... - hesitou o António -, Como me explico..., Ouça esqueça lá os lados, o melhor é fazer a torto e a direito mas canzanas, nada!

Saiu elucidada e de acordo, com ou sem ele, em calão se entenderam: o Mantorras nasce em fevereiro.










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