quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Cena # 162 - Surreal.


O Vasco recebeu o desejado aspirador, reboca-o pela casa, com tamanha aspiração: vai longe.

O Pai Natal enganou-se. O Simão despreza o cão com patas rotiformes e um fio de presente para o passear: queria tanto o bicho e este, ao menos, não mija pela casa.

No Tomás, reina o fantástico e a abstração, espinoteiam os axónios e caem-lhe os dentes e, como na popular música inglesa, tudo o que quero neste Natal, são os meus dentes da frente.

A Leonor já prepara a ameijoada. A sala está entregue aos bichos e alguém tem de vestir o palhaço: se não os vences, junta-te a eles.,
O Vasco ergueu o tubo e o bocal do aspirador, o Tomás suspendeu-lhe o fio e o cão,
- Vamos à pesca!, grita o Vasco,
E o Simão, rémora do Tomás,
- Vamos embora!, e já é tarde,

A Leonor chama-lhe surrealismo e para mim é mais rilhafoles, já aguardo deitado no chão, com o meu pijama de foguetões, de boca aberta e os lábios projetados, a fingir uma dourada!






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