Almocei com a cambada do costume no Gravatinha, iscas, pataniscas e o jarrinho de vinte e cinco.
Big Fernando, os negócios falharam, o casamento também. Divorciou-se mais ou menos a bem mal, o telefone não para, é a Aninhas, amor, jantamos amanhã, insiste a Mena, é melhor tirar senha, fotografias desta e daquela, vestidas e nem por isso, uma suricata, a cabrita com os bicos das mamas a desafiar as leis do Newton e as chinesas em chave de fendas, não sei onde cabe tanta mama em meia dúzia de gigas, não hás de estar teso, os abdominais como um piano de entrecosto.
- Sabes que mais?, descobri uma loura no Estoril, nasceu no mesmo dia que eu, terá isto um nome?
- Chatice?...
(duas semanas, devias ser mais humilde e pensar em entrar com algum, não sou daquelas que, vê se percebes)
Pode um casamento de vinte anos, terminar de um dia para outro?, Pode e o Blandino foi abaixo, a dor é subjetiva mas elas resistem mais, ou a humanidade sucumbira há milhões de anos.
- Não aguento mais, vê como queres fazer com os miúdos....
Os tomates na mão, virasse uns tremoços e umas bejecas com os amigos e chegasse das putas, às quatro, calhando ainda lá estava. Os relacionamentos são estranhos...
O telefone não para: o António deve três meses de renda, obras na casa de banho do sessenta e cinco, a reunião do condomínio da Avenida Coração de Maria, de gritos, uma falsa coral e mais duas cobras na garagem, a Sandrinha da loja de animais estranhou os ratinhos que o gajo do segundo levava para casa.
Percebeu-se a voz feminina, arrastada e além-Atlântico, era a Neide na palheta com o Big Fernando e não devia as rendas.
- Até logo...
O Blandino agarrou-lhe o telemóvel.
- Vá, diz-me quanto queres por esse telemóvel!...
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