domingo, 1 de dezembro de 2013

Cena # 140 - Natal, Espírito de Partilha.

Sempre ouvi, comer e calar, mas o Tomás é pica miolos e só aliviou a molécula quando o outro morcego-de-ferradura ficou de olhos em bico, com o ovinho de Natal, que trouxera da avó Jú, escondido no bolso.
Pegaram-se, claro, mais do mesmo e o mesmo de sempre.
- Ou dividem-no, ou engulo-o eu! Será possível que não o consigam repartir?!
Apelei ao espírito da época e Natal é sempre que o Homem quer. Entre mais um furo no cinto e saborearem o cacau, cedo me mandaram à fava.
Coube ao Tomás desembrulhar o ovinho. É sensível, prende-se por mariquices, um pouco como eu.
- Olha, papá, tão bonito! - exclamava, com a prata e o fiozinho dourado, na mão - a árvore, o sino, as renas e, aqui, o Pai Natal...
O Vasco nunca está pelos ajustes.
- Então, papá, eu posso ficar com a parte de dentro!

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