terça-feira, 13 de novembro de 2018

Cena # 1936 - O Polvo.



Parque de campismo, anos setenta.,
Na pequena língua de areia, a recarregar da festa, preguiçavam as finalistas, aterradas do norte da Europa: a malta, bugalhos arregalados e língua de fora, montava cerco na esplanada, fingia jogos e conversas; as bifas, numa indiferença revoltante, tricotavam a areia e desciam os degraus de pedra para desaparecerem no azul do Sado.

Era raro a tia Carolina ir, ali, a banhos: preferia a roulotte e o quem encorna quem do café, após o almoço.,
Naquele dia...
Molhou os pés, demorou até à cintura: o amor é lindo,
E à primeira vista, não faz espécie o ritual matrimonial: o polvo não esteve pelos ajustes, abraçou-lhe as pernas e fincou as ventosas!

O octópode(,) é sabido, e soube bem, alto míope e mais olhos que barriga, tem bico mas não tinha bico para aquilo. Mudou de cor quando o Agostinho apareceu com o grito,
E lhe estimou o peso:
O último a rir, ri melhor, viu-se a braços num belo risotto, a vesícula aos pulos: azar dele e azia dela, a minha tia, ficou pelo bife, na frigideira de barro.







0 comentários :

Enviar um comentário

 
;