segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Cena # 1862 - A Tragédia, Primeiro Segundo o Tomás e Segundo o Vasco.



Pronto, sou um bardomaníaco: devesse às finanças e era pior, não me largavam.


Nós somos feitos da matéria dos sonhos, o amor é cego e não podem os apaixonados perceber as loucuras que cometem, e o swing está na moda, acaba o Romeu no colo do Júlio César, to be or not to be, já era, esqueceu os solilóquios e os chiliques da Julieta que arrendou casa mais a Desdémona, bem se me ofereceu o António, que não o mercador, um dia destes trocamos de casais, fico contigo e governem-se elas duas, estou a considerar a proposta. Também Macbeth foi enganado pelas bruxas e tinha mais dois olhos que Glócester, o amor é cego, já se vê.

Mais cego o que não quer ver: o onzeneiro Shylock insistiu na onça do outro e desprezou o verdadeiro amigo, da onça, o Estado que nos fica com a metade, dois agiotas, venha o diabo e escolha!
O Jaques queimou o fusível, às voltas com as sete idades do homem, mais a idade de ter juízo, a Leonor tem sempre razão. E o juízo faltou mesmo ao rei Lear.

Os Ricardos: o segundo, filho do Príncipe de Woodstock, antevia-se-lhe a tragédia, é muito químico e Jimi Hendrix a dar-lhe a volta à moleirinha e o terceiro, trapola, morreu a atirar rosas a Lencastre e foi encontrado, em pele e osso, num parque de estacionamento.

Reis, vão quatro, entre em cena o Henrique, o quinto: letrados e letrudos polemizam. Não discuto. Custa-me que um homem de feitos mil, e cem anos é muita guerra, se fine de disenteria, a caganeira do pobre! Não se lhe arranja uma espada que lhe trespasse a tripa?!

Se os outros resumem tamanho feito, dito e feito em noventa e sete e se comprei o livrinho amarelo, aprenda o alemão em quinze minutos, posso eu condensá-la em cinco! Vantagem, encorna-se a sinopse no intervalo, mais uns pozinhos e o teste está feito! Assim como assim, a prof insiste nos pontos ao ar, já os meus caiam no chão.



Aqui chegados, a cena é a de hoje: são quatro (,) a saber, Simão, Marcelo, Tomás e o Vasco, vale tudo e só cada um por si vale por dois e mais do que noventa e sete minutos de histórias,,

O Tomás, mais as histórias do lacrimejo:
- Era uma vez uma pobre lula que vivia infeliz, no lago. Sozinha, buscava os amigos que não havia. No fundo do lago, jaziam as latas de tinta que alguém atirara e, com elas, pintou muitas lulas, iguais a si. Sentiu-se melhor... Um dia, a chuva alagou os campos e a lula aproveitou para se propulsar até à cidade, para conhecer novos amigos. Percorreu as ruas, mas todos tinham morrido...

- Ah, ah, ah! - riu-se o Vasco.
Ponha-se ordem.
- Tomás, com esta até a Pide ia às lágrimas!, E Vasco, ris-te de quê?!
- Ah, ah! Deixou lá as latas e agora não pode pintar mais nenhuma!


Shakespeare era genial? Sim, quem mais criaria Falstaff:
- Deus te conserve a graça, Vasco, porque graça não tens nenhuma!










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