quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Cena # 1266 - AQUI, Paulo, Que Ninguém Nos Ouve...





Para a avó Jú só existe Deus nu céu e o Menino vasco na terra, a comer palha,

Coitado, mal falava ontem e, hoje, há coisas que custam a engolir: despachou ovos, salsichas e batata frita ao pequeno-almoço, e já se agarrava ao gelado!
- Mãe, são nove da manhã!, Epá, arrefecimento não é propriamente isso...
- Tu eras assim...
- Tens outro?...
O outro comeu o outro, regalado, antes de adormecer no sofá...


No tempo do caetaninho, a moeda de centavo de alumínio que não valia um chavelho, só víamos a cor do gelado no verão e, ainda assim, era mais as vezes que nos apontavam o dedo...,
O meu irmão deu pulos quando soube que seria operado às amígdalas, em pleno inverno,
- Vou comer gelados todos os dias!

Ainda as conservo, Paulo, as amígdalas e as fotografias que não te esquecem, fosse possível,
Fosses vivo e já te vejo,
- Sim, sim...: mas à custa de quantas penicilinas no cu?!


Mês após mês sem ti: dói muito.,
Custa a engolir. E a penicilina não trata, não leva este vazio.
Enches a casa,
OBRIGADO por continuares a sorrir: amo-te, não digas a ninguém...








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