domingo, 27 de novembro de 2016

Cena # 1175 - Malmequer, Bem-Me-Quer.


Divido-me pelo tempo,
Consultas e juntas, gente doente e nem por isso, que quer estar doente,
Autópsias, tiros na cabeça, porque sim e porque o outro, tiros no pé e pé a fundo, dois igual a quatro rodas,
A vida não é matemática, pendurados, com e sem corda,
Faço penal, chapadas e cornos do tintol de Reguengos de Boi-Serás,
Traumatologia, aleijam-se mais os quarentões do down hill, saudosos dos vintes.

Durmo pouco, poupo tempo.
Malmequer, bem-me-quer, preocupo-me pouco ou nada com quem maldiz e quem nada não se afoga.
O tempo é bem precioso: escasso e finito,
Perco-o com amigos a quem prometi e não vejo,
Saio e entro às nove fora nada, adorava fugir,
Bem-me-quer, os meus filhos, finjo ralhar com a bola no lago e no vidro do primeiro andar mas
Gosto dos joelhos esfolados, de me esmiolarem a massa: porque o cinzento só existe na nossa cabeça.

Perdemos tempo a falar dos outros e recusamos tempo aos que amamos,
Queixamo-nos por nada e de nada, agora
E já agora,

Algum de vós já se sentou numa cadeira de rodas?...




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