Levantei-me às seis, aguardo em jejum. O Vladi, meu colega e inimigo, aconselhou-me:
- Passaste dos cinquenta, vamos fazer os exames?!
Vamos, ele não vai.
Tempos idos, aquilo era uma montanha russa de namoros, ou antes uma salada, e o material, o orgulho do imbecil, mensurado em centímetros, polegadas ou, simplesmente, a olhómetro, importa mais a técnica e é porque o tens pequeno, ou vice-versa.
Menos vezes e mais tempo e é melhor, comenta-se em grupo, também não há outra forma e a forma mirrada em pão de leite, sempre alimenta o ego do latino...
Agendei os exames ao coração, agora que já não me doí nem galopa, mordem-me as dores nos joelhos e, por solidariedade, das dobradiças ao redor, os homens são uns maricas e o mulherio tolera melhor a dor e ainda bem, sorte da sociedade ou terminava no Neanthertal.
O Vladi pediu-me as análises, estou sem comer, eu que acordo às seis e, isso, não lhe perdoo, mais os raios x, as ecos e os exames à máquina, por sorte, ficam os tubos de fora...
Chegará o tempo e o macho acaba no castigo, aquilo que renegávamos em miúdos: o rabinho apertado e a introdução do tubo, pagamos e agradecemos e se não desejarmos até à próxima, já a coisa não correu mal...
Pior é se nos habituamos.
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1 comentários :
Vindo do autor, isto ainda está mais sublime (leia-se verdadeiro). Apesar de mais vinte passados, lembro-me razoavelmente das primeiras porras que os cinquenta anunciam. Agora, veja o Jorge como a gente evolui, o tal castigo, que diga-se , só o Masoch aconselha,, já não é para mim o drama grande antigo. E até se deseja o "daqui a um ano".
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