quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Cena # 184 - Autópsia de Um Porco.



"Eu,- El - Rei - D. João III - Mando - A - Vos,- Corregedor - Da - Comarca - De - Coimbra,- Que - Das - Pessoas - Que - Morrerem - Nesta - Cidade - Por - Justiça,- Façais - Dar - Ao - Doutor -  Rodrigo - Reinoso,- Meu - Fisico,- Aqueles - Que - Vos - Ele - Requerer - Para - Se - Fazer - Anatomia,- As - Quais - Serao - Estrangeiras - E - Pessoas - De - Que - Porisso - Não - Se-Ja - Escandalo - Algum - O - Que - Assim - Cumpri...- Em - Santarem - A - 16 - De - Outubro - De - 1546"



Gancho e bisturi, concha, rugina e costótomo, são apenas algumas das preciosidades que manuseio nas autópsias (não se queixam). A coisa está preta, não basta cursos e competências, há que buscar mercado e poucos têm, nas mãos, um negócio deste e do outro mundo.
Sou um canalha: mas não maltrato os bichos.

Diagnósticos impossíveis e enroscamento sob e sobre as macas, a malta adula o coxo de olho azul e perspicaz, e deifica os médicos. Prefiro o MacGyver com remédio para tudo, a pastilha elástica transformada em fisga para caçar gambuzinos e reciclada para tapar úlceras.
O Nuno é engenheiro e, isso, explica muito do que aconteceu...

Foi a festa do verão, compareceram os amigos dos amigos, na festa da Dina. Os colares distinguiam-nas, torcazes, dançaricou-se e comeu-se o porco, bebeu-se e adivinhava-se pelo tintol...:


No dia seguinte juntámo-nos, a dúzia de resistentes que não cagaram coprólitos e deram com o caminho de casa, dispostos à feijoada com a cabeça do suíno. Faca comprida e curta, curva e direita, o porco era mesmo cabeça-dura! Desesperado,
O Nuno segurou a orelha com o mata-piolhos e enterrou a chave de fendas na cabeça do animal, o porco tinha mesmo dois parafusos a menos, vá de ajudar com o martelo e nem mesmo assim, ah, ah!, saca da chave prateada com um pequeno cabo e cabeça hexagonal, juro que é verdade: até que enfim, percebo agora por que lhe chamam chave de porcas...















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