Com data marcada, o Vasco nasceu quando quis e como lhe apeteceu: foi a vinte e oito de maio de dois mil e dez, com um galo a dar horas e com apetite para o almoço,
- Se quiseres trazer aquele bolinho de chocolate de Campo de Ourique...- salivou o obstetra,
Anos naquilo fora o resto, jurava que não se babava por nada neste mundo.
Perdi-me no quadriculado de Campo de Ourique, resvés a pastelaria três vezes, diabéticos e candidatos na fila: tudo reservado...
Sou grande e grande coisa para a safadice: debrucei-me no balcão, espreitei no caderninho das encomendas, os nomes riscados e uma dúzia por riscar.
- Tem reserva?!
- Sim, caso contrário acha que estava nesta fila?!: Maria Júlia Não-Sei-Quantos, por favor!
Sou um gajo porreiro: dos dois levo um, para alguém que venha de propósito e fique sem bolo.
- Deixe., Não precisa passar cordel...
Não é para dar corda, antes que o dono do bolo apareça é melhor dar corda aos sapatos.
Lambuzámos no bolo que transbordava chocolate: e Não-sei-quantos ficaram a chuchar no dedo…
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