quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Cena # 764 - As Feridas do Ultramar.



Há feridas que não nos largam, Lopes,
Ano sem graça de sessenta e nove, assentou praça na Guiné,
- Aquilo era a doer!

Sente pelos camaradas, sente a falta dos camaradas que lá ficaram.,
Deixou lá tudo, o sossego e o desassossego da juventude, a lavadeira que tratava da roupa e passava: de companhia em Companhia,

Passa as noites em branco, vê-se,
- Está anémico...- observei - Anda a perder sangue pelas fezes?
Não se preocupa(,) com isso (,) não se preocupe, doutor,
- Tenho uma hemorróida que trouxe do Ultramar, e que ficou comigo...
Não sei se ria,

Preocupasse-se com isso, ocupasse-se com isso, ao menos pregava olho.









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