terça-feira, 25 de março de 2014

Cena # 220 - O Último Suspiro.

Sexta à noite, reconheço caras e amigos nos bares: gente divorciada, pássaros livres buscando a passarinha, aves raras de minissaia ou de maxi-camisola, conforme prefiram, ciosas de molhar o bico, bandos de miúdos, hesito nos dezoito, a bicar no malte.
Confesso-me cota, à uma e meia já estava despachado. O barman, jovem e deferente, reforçou a dose, serpeou a água tónica no gin, passou o limão no bordo, juntou sementes de zimbro, ou prefere, estrelas de anis?, mais houvesse.
- Está bem, assim, doutor?
- Creio que sim, é para a minha mulher...
- Não me reconhece, pois não?!
- De momento...
- Salvou a minha avó, foi lá a casa, um terceiro a casa no bairro do liceu, lembra-se?... Devemos-lhe isso!
- Ora, de nada...
- Doutor, sabe-o bem, não fosse lá e a velha dava o peido-mestre!

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