Ideias, precisa-se.
Sábado à tarde, em Lisboa,
- Onde largamos o bote?!
- Dormíamos deste lado e apanhávamos, bem cedo, o cacilheiro - Ainda é longe da portagem..., comentou a Sofia - Que interessa?, telefonamos ao INEM!
- Ou dormir no carro...
- Acocorado, está bom de ver - desafiou o Edgar - e um gajo acorda a mijar como elas!
À noite, sangria mas também picanha, na Mercearia, em Cascais. Um quarto para a meia noite.
- Mais duas, uma com, outra sem alho.
- E mais um jarro de biodiesel!
É a revolução pré-maratona, hidratos deixá-los estar, engorda e ninguém vai correr.
O Jorge não come porque é magricelas ou é-o assim, seco que nem um carapau, porque resiste ao pecado...
- Amanhã, só não vou porque, a correr, me batem as mamas no queixo!
Delineara a estratégia, acelerar cornibaixo e marrar até aos Jerónimos.
Dez da manhã, a negrada já deu à sola. O sol nasce e é para todos, preteriram a malta, não sei qual.
Saímos após trinta minutos, passaram-me a perna e aquela gente foge da fome, terminar em décimo ou em milésimo cagagésimo é igual ao litro. Tanto melhor, paro para o belo do courato e para a trinta e três, em Alcântara.
A foto no pódio, com as boazudas a lamber o maratonista já era, para a próxima exijo a negra!
Atravessei a ponte, estou pontificado, santo em vida.
Lisboa é postal, fotografei-me, braço estendido, a tocar o Cristo Rei da tendinite nos ombros, há cinquenta anos a posar para o mergulho. Demorei-me, não acertava com a Kodak, fosse à direita e era o mesmo e a Leonor, desapontada, fora da ponte, entenda-se, juntou-se ao grupo. Parece que se inscreveu para correr.
Acabei, e isso é que interessa, de gatas, gato-sapato, com os bofes de fora.
O meu primo, Paulo, corrigiu-me
- Não foste à meia, mas sim, à mini.
Não, também as havia em Alcântara, não faço as coisas pela metade e a fotografia comprova-o, certo que passei para o outro lado da estrada e o polícia apitou, e quando a publicar após o photoshop, verás!, até a fiz toda, cabelo castanho e sem rugas...
De resto, nunca saberão em que lugar terminei - nem eu - mas coxos, não os vi passar por mim ou porque não são malucos, não se pode ter tudo.
Acabei lá para a frente, sabem lá.
Como o meu amigo, Carlos, guarda redes. Saiu-lhes o Porto para a taça, sempre se gabava:
- O Gomes não me conseguiu meter nenhum golo!
É verdade, levaram sete a zero, em casa, mas o Gomes, de facto, não molhou o bico.
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1 comentários :
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