- Ouviste aquele barulho, lá atrás?!
Ainda tenho as mãos a tremer, olha bem para isto, Como te chamas?, Conheço-te, moras neste prédio, ali mais adiante, bruxo, não há outro e levo o pão na mão, desconheço Como os gajos me deixaram sem gasolina, afinal não é adivinho, Esqueceram este cartucho de papel junto ao carro, seco e inodoro, vá um leigo entender,
As mãos tremem-me, terei febre octana?, seguramente, este trampolineiro trabalha a super, noventa e oito, Desculpa, não me lembro, agora, do teu nome..., Trinta euros, enchi eu ontem!, Soubesse e já me comiam por parvo, é preciso lata, costumas ir ali comprar o pão, ao... Como se chama ele?, Tootsie e ele virou a Catarina da pastelaria, tantos a desejá-lo e a vestir sevilhanas, o pantomineiro tem oito tentáculos e mimetiza-se como o polvo, Sou o marido da Lena que trabalha no Outão, Sabes quem é, não sabes tu quem ela é, Tenho que ir para o trabalho..., sete da manhã e acredito que já começou, conta histórias e faz-se à vida mas, pelo menos, não saca do canivete para descascar a fruta, estou com vontade de lhe dar algum para a mexerufada,
Não basta os porcos, está a rua tomada de assalto pelos bandidos, o gajo tem razão, só falta o regresso do Incrível com este safardana espetado na primeira página do jornal, ao lado do naif estupidarrão com o pão na mão, engonha mais que o duo da Treta, Se pudesses arranjar cinquenta euros..., deixo-te o envelope na pastelaria, como se chama ele?, Já sabes que é do marido da Lena.
Há mais de um ano que a nota se acocorava na carteira. Paguei a lista do hipermercado, ficou para trás
- Esta não passa...
Igual às outras e aquela porcaria não lê,
- É falsa!
Ficou a nota por ali, acantonada à espera de melhor oportunidade, ainda me prendem e não pago impostos, soubesse fotocopiá-las e deitava-me barriga ao sol em Ipanema, sem menina nem contas a abocanhar-me os calcanhares.,
- Toma, pega esta nota de vinte., Deixa. Mas deixa outra igual na Catarina.
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