sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Cena # 125 - Fancaria, Partes I e II.

                                                                             I

Quis a Moto Quatro, comprei: um palmo e meio de plástico barato dos bruce lis, mais quatro rodas mal amanhadas, para o efeito, serve.
Acompanha-o para todo o lado, quis levou-a para o infantário.
- Os meninos vão partir-te a mota, vais apanhar os bocados...
- Oh, pai! Não vês que a mota é de ferro?!

                                                                             II

A dondoca estacionou, em segunda fila, a carrinha de sete lugares e entrou no infantário.
Com os anos, esconde-se a banhoca em roupa justa e escura, junta-se écharpes e muito pechisbeque, o Natal é sempre que a mulher quer. Mais embalagem e menos conteúdo.
Dez minutos de garridice, dois a entregar o miúdo, a carrinha como rolha e, a conta gotas, só as motas e bicicletas se safavam. Retornou calmamente, indiferente à fila, buzinas e impropérios que se ouviam ao longe. Cruzou o portão, fitou-os, indignada, ainda contornou pela traseira, para deixar a mala cê agá, vermelha, no banco e, sem medo e sem vergonha, estendeu a mão direita e apenas esqueceu a outra na anca:
- Calma, caaalma!

1 comentários :

Anónimo disse...

Se ela lê isto, está tramado naquela parte da banhoca!

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