sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Cena # 79 - A Raposa e as Uvas.


Há anos que me fala do Xiringuito. Se pensei num jogador da bola, serenou-me o espírito,
- Não sejas parvo: é um bar sobre o mar, lindo, sem igual!
Os puffs no meio do areal, os panos que esvoaçam, imagina, tudo em branco e o mar, ali mesmo...

Fim de semana nos Salgados, satisfiz-lhe o desejo,
Passeámos de mão dada praia fora, escalámos rochas,
- Ainda não é aqui...

Conservou uma saudável distância das lagartixas. Alcançámos uma prainha, orfã de gente,
- Jurava que era aqui..., Vamos só até ali...
Saltei entre rochas coxo de uma perna e ia ficando igual das duas, os mosquitos por companhia,
- Não deve estar próximo, nem música ouço...

Enganei-me. Senti-lhe o desencanto. Diante de nós, o Xiringuito num cenário de tropa, cadeiras, mesas e adereços mesclados a castanho e verde seco, fundindo-se com o arvoredo...

- Mais parece a guerra da Coreia! Foi para isto que?, Deixa, peço duas bebidas, descemos ao pôr do sol!

- Tiras-me uma fotografia, aqui, no sofá?
Para mulher nunca está bem:
- Assim, contra o sol, deixa-me soltar o cabelo e cruzar as pernas como aquela do cinema...

Pose e mais pose, um pontapé na mesa e a areia, num ápice, a engolir os doze euros das Margarittas...
Ainda assim, não desarmou:
- Ainda bem, também não eram nada de especial...







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