quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Cena # 415 - O Sudoku Técnico.


                                                                           I


Há dias, escrevi sobre a detenção de Sócrates, o filósofo é um fingidor,

Não gosto do homem, muito menos do Paulo Pedroso e Cª, do Vale e Degredo, do Many Mãozinhas e de outros malabaristas da praça,
O circo: faz-se justiça quando se detém alguém, exibindo-o como troféu?,
Erraram, ou não, são culpados ou já se presumem, não há que julga-los e condená-los, de modo célere mas não precipitado?,

E relativamente à prisão preventiva, assumi-la e vomitar os fundamentos: sim, prendi-o, sim, senhor, por isto e por aquilo, pelo perigo de destruição de provas, porque é mestre da marioneta e mexe os cordelinhos como ninguém,
A justiça justiceira, que aparece e parece funcionar, convida televisões e fica mal no retrato...
Entretanto o banqueiro, por milagre do Espírito Santo, passeia-se por aí, três milhões de fiança asseguram que não há perturbação do inquérito.

O meu colega Miguel indignou-se: no caso Madoff falou-se em circo?,
Strauss-Kahn?, foi diferente e por trás,
Tens razão, Miguel: muitos políticos se banquetearam no espetáculo dos media, é o reverso da medalha,
A Fernanda corrobora: estava a pedi-las, o Sócrates tinha que ser diferente, até comprava os livros que lançava...

Fazes ideia do mal que fez ao país?!, agastou-se o Henrique, meu amigo e prof do Técnico,
Sei, Henrique,
Nunca fui filiado ou simpatizante partidário, conquanto siga com desinteresse a pocilga nacional,
Apesar disso,
Há uns anos fui convidado pelos dois partidos do centrão para figurar nos cartazes, mesmo para o boneco,
Se não tenho partido podia partir-me pelos dois, laranja-vermelho Rothko,
- Você é conhecido, doutor...


                                                                           II


O meu pai bem dizia, o rebanho bale mé e tu gritas mi,
Sou um filho da pauta, sem as notas no banco desses artistas.

Agradeço-vos a divergência de opiniões, cada cabeça sua sentença,
Eu, mesmo, não sou exemplo para ninguém,
Ouço e meto a mão na massa, explico o porquê da doença e da terapêutica, o prognóstico,
Por vezes, oculto e chamo a família, que acolhe o tumor irressacável e a vida por um fio: o médico e o poeta são uns fingidores, e não metam o Sócrates nisto,
Noutras, autopsio, e nem sequer explico nada,

Há que fazer pela vida.
O outro, frito e cozido em Évora, e até para jogar sudoku aos quadradinhos, levou o motorista consigo.








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