sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Cena # 382 - A Fava.


Ponto Um: os miúdos não são santos, mas não são os culpados de tudo;
Ponto Dois: todos mijam na praia, acocorados com aquela cara de parvo de quem está a contemplar a alforreca, os miúdos pedem alto, e pagam por tabela.


Igual em todas as casas: as refeições na cozinha, o comando da televisão saltita entre os pratos,
Igual em todas as casas: a mesa de jantar nem de almoço, de vez em quando e quando o rei faz anos, uma vez por ano e não há rei; é mais uma estante e duas pilhas, uma de livros e, outra, de nervos, para a Leonor.

A Fátima é a segunda rainha da casa, tem dois braços telescópicos que chegam a todo o lado e abraçam os miúdos,
Sacudiu a toalha e as migalhas do bolo-rei, o comando dividiu-se pelo parapeito do terceiro e pela varanda do primeiro...

Sobra a fava para alguém, no caso, o Simão.
A Fátima retornou ofegante,
- Deus me perdoe ter acusado o Nhó Nhó...,
Não podia assumir que se livrava das migalhas pela varanda, desconhecendo a lei de Newton.

O vizinho do terceiro encontrou-me na rua,
- Deixe lá, são miúdos!, Desde que não lhes aconteça nada...
- Sim, mas à cautela, já ouviram o ralhete!

Deus mastiga-te: o comando não funciona e a televisão bloqueou na Doutora Remédios!







1 comentários :

Anónimo disse...

Favor retirar o nome de Leonor desta publicação

Enviar um comentário

 
;