Apontava o saudoso Agostinho da Silva: não há crítica melhor do que aquela que começa por eu.
(é fácil falar dos outros...)
Teria doze anos e acompanhava a minha mãe nas compras ao Pão de Açúcar, contíguo à Praça: estacionado o carro à porta - contava-se que um dia o chefe da polícia entrou no supermercado e já o carro saía conduzido por um amigo do alheio - disputávamos o carrinho, ansiosos dos chocolates que nunca recusava.
Reparei que os preços afixados nas embalagens eram compostos por um pequeno retângulo, subdividido em pequenos fragmentos verticais, cada um com o seu número: julgando-me mais esperto que os outros, percebi que os 140$00 dos carrinhos que cobiçava, podiam sair mais baratos...
A partir daí,
O bando desdobrou-se nas idas ao Pão de Açúcar, a saber, eu: o chefe do gang, o meu irmão e mais dois amigos, comprávamos o carrinho...: "comprávamos" é meia verdade, nem pela metade o pagava, substituído o "1" pelo "0", o carrinho ia à caixa por 40$00. A nossa coleção aumentava (,) a olhos vistos:
A mesada era à conta e não dávamos conta de tanto carrinho. O meu pai estranhou...: apertou-nos, sobretudo o meu irmão...
- Tenho aqui o dedo pequeno que adivinha...
(e espetava o mindinho direito)
Apavorado, contou a verdade e denunciou o mentor,
Tão brilhante que apanhei a maior sova de sempre e dormi a ver estrelas. E o pior estava para vir: obrigou-me a devolver os carrinhos e a dizer que os tinha roubado!
Fi-lo, que remédio, tremia que nem varas verdes e nem sei como o disse ou fui capaz de o dizer. Lembro a funcionária e a ameaça
- Chamo a polícia?
(amochei com mais dois tabefes e fiz as pazes com a funcionária quando pediu ao meu pai,
- Acho que já chega, doutor...)
Foi a maior vergonha por que passei, e durante anos não pus lá os pés!
Ainda hoje: agradeço ao meu Pai.
Teria doze anos e acompanhava a minha mãe nas compras ao Pão de Açúcar, contíguo à Praça: estacionado o carro à porta - contava-se que um dia o chefe da polícia entrou no supermercado e já o carro saía conduzido por um amigo do alheio - disputávamos o carrinho, ansiosos dos chocolates que nunca recusava.
Reparei que os preços afixados nas embalagens eram compostos por um pequeno retângulo, subdividido em pequenos fragmentos verticais, cada um com o seu número: julgando-me mais esperto que os outros, percebi que os 140$00 dos carrinhos que cobiçava, podiam sair mais baratos...
A partir daí,
O bando desdobrou-se nas idas ao Pão de Açúcar, a saber, eu: o chefe do gang, o meu irmão e mais dois amigos, comprávamos o carrinho...: "comprávamos" é meia verdade, nem pela metade o pagava, substituído o "1" pelo "0", o carrinho ia à caixa por 40$00. A nossa coleção aumentava (,) a olhos vistos:
A mesada era à conta e não dávamos conta de tanto carrinho. O meu pai estranhou...: apertou-nos, sobretudo o meu irmão...
- Tenho aqui o dedo pequeno que adivinha...
(e espetava o mindinho direito)
Apavorado, contou a verdade e denunciou o mentor,
Tão brilhante que apanhei a maior sova de sempre e dormi a ver estrelas. E o pior estava para vir: obrigou-me a devolver os carrinhos e a dizer que os tinha roubado!
Fi-lo, que remédio, tremia que nem varas verdes e nem sei como o disse ou fui capaz de o dizer. Lembro a funcionária e a ameaça
- Chamo a polícia?
(amochei com mais dois tabefes e fiz as pazes com a funcionária quando pediu ao meu pai,
- Acho que já chega, doutor...)
Foi a maior vergonha por que passei, e durante anos não pus lá os pés!
Ainda hoje: agradeço ao meu Pai.
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