:O estúpido sou eu,
- Escreves matemática, um ao quadrado igual ao mesmo, desprezas perífrases e rodriguinhos, encher chouriço, dize-lo tu - criticou - A pontuação, desconheces ou reinventa-la, esqueces vírgulas,: impões o ritmo e já vai a galope, ver-te-ei a subordinar a exclamação aos três pontos!...
- São três, não valerão mais ou menos por isso...!
(a Branca Palma estava certa, o menino pode lá ter os seus dezanoves e vintes a Física e a Matemática, mas no Português jamais arranhará duas linhas)
!Novecentos anos, entregava-lo aos espanhóis! - continuou, irritada - Podias escrever n'A Batalha...
- São inteligentes - repliquei - porém, desconcertantes: sem meias palavras, hesitam na pergunta, a interrogação de pernas para o ar; ou é, ela já, a forca...
(!Todo o mundo é composto de mudança: verdade que ao psicadelismo dos cogumelos e ao intervencionismo dos anos sessenta, sobreveio o rock sinfónico e o virtuosismo dos músicos e o que críamos a foleirada dos anos oitenta mas,)- - Passados trinta anos, que música ouves na rádio?...
- Escreves para ti.,
Eu, criticava Agostinho da Silva, é sempre um bom ponto de partida, e a comida do gato razão maior que a de Hegel e Kant.
Eu: O estúpido da crónica de hoje,
Seria cómodo atribuir-lhe um nome, um ele qualquer e há tantos; não, as histórias prefiro-as verdadeiras, privilegio o conteúdo à forma e a fragilidade do chico-esperto ao tuga henriquino que, reza a história, tinha mais pelo na venta do que no peito...
Ano de setenta e dois: doze anos: à altura, em Inglaterra dá gaiola.,
A Toca do Pai Lopes é ponto de encontro de férias e de muitos fins de semana: o robalo enrolado ao corrico, os pampos que enchem o barco, o choco içado ao palhaço, o linguado, aqueles, e os outros apanhados com os pés, nuns Sanjo trespassados por umas farpelas de aço,
Os barcos Navaltec estão na moda, quatro metros de fibra, duplo casco e motores Evinrude.
(na Caldeira, com o meu primo e o Amorim, lutámos à baldada contra a nortada que nos baldava o barco)
Ao tempo, botões eram os da camisa, punha-se o barco a funcionar, puxando a corda: o Agostinho ficou com ela na mão, caído no chão da proa,
Era especialista no robalo, e na caralhada que se seguia...
Aprende-se a aprender, nos livros e com os outros e, à falta, desaprende-se por analogia, o barco igual ao Fiat 600, o seiscentos parecido com a Famel Zundapp...
- Calma, tio..., Engate o barco que vou para dentro de água empurrar!
Aos outros nunca ouvi tal imbecilidade.
Há um estúpido em todos nós, que devíamos lembrar quando ousamos falar dos outros...,
Prémios Darwin, para a estupidez humana: sorte macaca, evoluí alguma coisa!
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