2004.,
O Filipe é comerciante, tem olho para o negócio: um ano antes, comprou os bilhetes para a Final do Europeu, Não estás bem a ver,
- Cem euros, vezes quatro!, Ainda hesitei em deixar a mulher e os filhos de fora, não vão à bola,
E não foram,
Fora isso, Portugal viu-se grego com os gajos,
Despachou a Inglaterra nos quartos, e foram mais dois além do tempo regulamentar, com (in)decisão nos penalties,
Nas meias, Portugal meteu água com os holandeses, mas não afundou: a Seleção marcou por três vezes e só ganhou por um...,
- Lembras-te do Jorge Andrade?!
O outro também era George, ou fazia-se passar por tal, inglês talvez, despachamos Portugal e o que mais vier, até à final,
Afinal, a oferta de bilhetes a preço astronómico enchia as páginas dos jornais, relegando para o final, as gajas com estrela, (na) coisa esquisita,
- Quinhentos, seiscentos..., Quer vender os bilhetes?
Nem oito nem oitenta, que se lixe a final da Luz, São oitocentos paus cada e é um pau,
- Não vai você, vou eu, amigo: é pegar ou largar!
Pôs-se a jeito, e o Filipe tem jeito para o negócio: largou-os, ali, para os lados de Santa Apolónia,
- Três mil e duzentos euros!, No dia seguinte, corri para a agência de viagens e marquei para os quatro!
Ironia do Destino: um cruzeiro pelas ilhas gregas, no início de julho, andava tudo maluco, cá
E lá: regressámos nessa tarde a Atenas, abancámos num restaurante simpático, em Plaka.,
- Desculpe, senhor..., Quer assistir à final?, Lamento mas só temos mesa, sem televisão...
está bem, deixa,
- Não se incomode com o jogo..., Tínhamos bilhetes para a final e não fomos!
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