quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Cena # 700 - E Tudo O Vento Levou.

Lembram-se dos nossos pais, exemplares: está mal, na idade do armário, porque aí escondíamos as revistas pornográficas e, elas, o diário apaixonada, envergonhavamo-nos deles,
- Podes deixar-me na esquina?
Depois: vêm as despesas mais o filho e mais a mulher e estás perdoado Super-Homem.


Saí para almoçar e saiu barato o Faustino: há favores que não se pagam.,
- Apanha-me no Manuel Barbeiro.
De Coiffeur do Esperança ao Barbeiro da Moda, lado a lodo com as salinas romanas e o Posto de Turismo, foi um passo,
- Corto o cabelo e mijo-me a rir!,
Há anos que conhece o artista, bigodinho à Clarke Gable, fatiota azul-bebé e gravata com reflexos púrpura, sapato rasca de matar barata, envernizado,

- Não conheces o Faustino?, É filho do Faustino!
- O Faustino?!, Andámos na tropa!
Roubavam o bacalhau que trocavam por cigarros: todos somos devedores, o Cardoso ao pai Faustino,
- Se tenho a escola toda, a ele lho devo: foi ele que me ensinou tudo o que sei!


- Vê, lá: apanhasse-me a fumar, matava, a roubar um bacalhau, matava na mesma e na mesma era de outra maneira., Eu que o jurava tão certinho...
Certo: morreu primeiro, já não conta,
- De qualquer maneira: hoje, não te matava.

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