terça-feira, 30 de junho de 2015

Cena # 588 - O Castigador.



Não é verdade,
O Vasco nunca viu o que não podia ver: além da ventoinha triskelion pespegada na porta, as bolas chinesas de pôr o olho em bico, os vibradores, para o menino e para a menina, os anéis para grampar a coisa e as molas para espremer os mamilos, as algemas e as vendas: vendo algumas, as palmatórias, as penas eróticas e as chicotadas psicológicas,
Os óleos afrodisíacos e o creme, para depois, que não deixa marca,
É verdade, sou da corrente sem correntes, fitas e cordas, se abrir ferida, junta sal.

O sommier serve a malta que teima em asfixiar sob a roupa bolorenta; amarrado, só com cada membro esticado aos cantos do quarto, tipo rã, presa por alfinetes, das aulas de Biologia: a malta habitua-se a tudo, é uma questão de Khalo,
Tudo tem regra, o BDSM também: um amigo meu combinou a palavra-chave com a dominadora: hospital,
O que nós fazemos, diz ele: é sexo-baunilha...


É bem feito.
No acampamento,
- Jorge, o teu filho Vasco está a amarrar as miúdas com a corda da tenda!
Desconheço onde aprendeu a técnica, se calhar, foi em casa,
Tudo tem uma explicação: há uma semana, perguntei-lhe,
- Vasco, tens namorada?!
- Espera um pouco, papá...

Correu a sala dos Peixinhos, demorou-se e prometeu, dava dó,
- Pai, ninguém quer namorar comigo...,
São meninas, ou vai ou racha, vá de amarrá-las,
Nenhuma se queixou, ninguém saiu: apenas os pais lamentaram, com as cordas à mão, ter passado a noite a contar estrelas...




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