quinta-feira, 18 de junho de 2015

Cena # 576 - A Aura...

É o Dia Nacional do Médico, segundo o almanaque Bertrand de mil nove e tanta coisa depois,

Doutor, salvou-me uma vez, é um anjo, a minha mulher não achava, a outra também não, e a outra antes da outra muito menos, sorte delas, livraram-se umas das outras,
- A outra é que tinha razão.

- Você tem uma aura, doutor...
Uma cruz, jurava a outra, judeu e fariseu, eu, crucificava a outra antes da outra, raios e coristas, azar delas santinhas de pau catunchoso,

Agarrem-se bem: à Bárbara deu-lhe para voltar aos estudos,
Encaixilhado o diploma de meditação transcendental, emprateleirado o caneco de massagem oriental, veio a calhar,
- Entrei para o curso de Aura..., Está a ver?,

Não estou, não tenho auréola,
Todo o corpo emana um campo magnético, que capto, os espíritos comunicam, não são esses espíritos são os outros, os outros também asseguram, não são esses espíritos, são os outros, enfim, já os vi começar por mais e acabar internados, vejo as cores e a sua missão,

Volto à Terra,
- E qual é a minha missão, Bárbara?...
- Tratar-me, doutor., Tenho uma apresentação hoje, não sei se consigo...
Comigo,
- Safa!-se, coloque-o lá, comprimido sob a língua, que ninguém vê.
E o espírito não se desmancha.


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