terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Cena # 420 - Gaivotas em Terra.



Sinal de tempestade,
A Leonor entra às oito, estou desfeito, num oito, com os gringos para entregar e entregar-me no congresso de Reumatologia,

Cem e sem razões de queixa, a Reumatologia vive da brigada, da dor cruciante e dos pregos cravados na ferida,
Kahlo, à beira do  abismo, expondo as cicatrizes que
- Os filhos da mãe dos cirurgiões me fizeram.,
E da malta com parafusos a menos e, aí é que a porca torce o rabo, com tradução psicossomática: se muitas das patologias reumatológicas têm períodos de exacerbação, já estas se exaltam quando, objetivamente, não lhes encontramos nada, As dores, eu é que as sinto..., cintigrafias, Tacs, tique-taque, achaques e palpitações e, em última análise, uma desgraça para quem com elas vive,
- Apetecia-me desaparecer...
Ao outro, também.

Aperaltei-me para o congresso, sapato pipi e gravata pipoca, e deixei os pilas no infantário,
Fugi do mau tempo, as gaivotas planavam, planeavam largar a bomba: em cheio, no fato de ver a Deus,
O facto é que a semana não correu grande coisa, quando um gajo está por baixo,

É isso.






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