Eugénio de Andrade
O Vasco, é sabido, esperto e chico-esperto, tem o futuro assegurado, preocupava-me se quisesse estudar,
- Quero ser bombeiro...
Talvez um daqueles do catálogo, a carregar a mangueira.
Inseparável do António, estranhei o facto de não brincar com os outros, à hora do recreio. Engoliu, comovido mas não convencido, os castigos e três vezes numa semana não escorregou, arrancou os jarros do jardim para presentear a mãe.
Compreendeu. Ou não.
Estranhei o facto de não ver o António a brincar com o Vasco, à hora do recreio, talvez adoecesse. Lá estava, no gabinete da diretora, sentado, antes só que mal acompanhado do jarro que o Vasco incitou a desenraizar, para oferecer à mãe.
Tanto é o que leva como o que vai na conversa, a Maria Manuel repreendeu-o.
- Sim, mas não fui eu, o António arrancou porque quis!
Chico-esperto, é desta chicória que o país (não) precisa.
Vai longe.
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