quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Cena # 1952 - O Abonado sem Lar.


Tempos houve em que era médico do CATI, o Lar da Terceira e da Primeira Idades da Segurança Social: aí desejavam o lixo da sociedade: um luxo, gente pobre mas rica de educação. Gente reconhecida.,
O resto é conversa: e gentinha como eu.
Guardo saudade dos anos em que lá trabalhei.


O Félix,
Contava-se que o encontraram a cabrejar, acorrentado a um castanheiro, e é verdade,

O Felix era um animalaço num cérebro em embrião, uma criança com dois metros que se passeava seminu nos corredores, a camisola compunha-o,

Irrompia no gabinete para vasculhar as beatas que as enfermeiras amachucavam nos cinzeiros e tantas vezes saía com as mãos e aquela coisa a abanar...


A Luisinha passou dos oitenta, chocou com aquilo e ficou chocada, deu a galinha com os dentes,
- Doutor, tem de pôr um ponto final: o senhor Felix anda por aí em pelo!!

Pelos vistos e
Pelo exposto, com o badalo a dar horas,
Duas da tarde e vinte centímetros depois, volta a galinha à carga, aqui e a quilo para ali chamado ao bico,
Tirou-lhe as medidas,

- Mas senhor doutor, que ele é muito abonado, lá isso é...





0 comentários :

Enviar um comentário

 
;