quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Cena # 1487 - Esta Nem a Marie Leonor lhe Perdoa.






Praga, dia 5.
Foi ontem, dia de aniversário: muitos foram os que parabenizaram por chegar aos 57, coxo mas capaz de fazer a perninha.

Passeei o charme e a Leonor e espalhei-me no perfume rasca de mulher, que comprei para mim, na Manufaktura: era o que estava à mão e na promoção, trezentas coroas cem mililitros e sem troco.
Comprei uma boina, pelo terço. Vermelha  como convém, não é de ir à missa e sabem estes checos da missa toda: olhavam, à Leonor e à boina também, com o Lenine lá pespegado.
(na rua, perguntavam se era russo)


Vinte horas, concerto no Obecni Dum.,
Não é Arte Nova: a Marie Kosinová está para as CURVAS, enche a sala Smetana. O resto é paisagem.

Chegámos vinte minutos antes,
- Tira a boina, por favor.

Mais faltava: fosse por ela ou pelo perfume rosca de mulher, a 15 euros com direito a rebuçados na Manufaktura, o porteiro curvou-se à evidência: correu para nós e tirou-nos da fila,  passou-nos a perna e à frente e enfiou-nos no elevador acomodados no banco de veludo. Correu as portas de madeira do ascensor e agradeceu a visita.
O respeitinho é muito bonito:

Sentou-nos à frente e mais faltava,
O violino da Marie Kosinová encheu a sala e as medidas de muita gente, não me encheu a alma: fosse porque guardara a boina ou pelo perfume tasca que não a inebriou, foi porque já não faço a perninha: despediu-se, sem o fazer de nós.
Está despedida.












1 comentários :

Anónimo disse...

Por favor retirar o nome da Leonor desta publicação

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