O frio era intenso e o porco-espinho cristalizou, acocorado, com o pelo eriçado. Aqueceu-se noutro, chegaram mais: picavam-se, agora, uns aos outros, de cada vez que se mexiam. Magoados, separaram-se e fazia, agora, ainda mais frio...,
Sem solução à morte que os esperava, reaproximaram-se, escapou a manada conciliada na distância.
Serve a fábula para o que se passou no domingo. A Sandra foi trabalhar e os metralhas tomaram a casa de assalto.,
Preparei-lhes o almoço, o diabo nem esfregou o olho e já via o fundo aos pratos.
- Pai, posso ir para o vosso quarto, ver o devedê? - perguntou o Vasco.
Anuí, é melhor do que os ajoujar!
Enfiou-se nos lençóis, chamou pelo Tomás e, este, pelo Simão: minutos depois, já se picavam e engalfinhavam, polvo e meio de patas. Gritei que me desunhei, cada um na sua e eles pelo chupa prometido, baixaram os estores e, de lanterna na mão, partiram à aventura: vaguearam pelo quarto em busca do tesouro, o pequeno baú prateado recheado de contas por pagar, podiam tê-lo feito desaparecer.,
Acabou e acabou mal, com o Simão, sem unha e a enterrar os dentes na cómoda.
Escolheram o devedê, chupa na cama, vale que a mãe nem sonha...,
Passei pelo quarto, entregaram-se os diabos uns aos outros e a Morfeu, Gosto de ti, papá., disse o Tomás, a esfregar os olhos com as mãos lambuzadas.
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