domingo, 16 de novembro de 2014

Cena # 406 - A Tourada.

Não importa sol ou sombra
Camarotes e barreiras
Toureamos ombro a ombro
As feras (...)
                         Tourada, Ary dos Santos.

Ainda estou para saber como, a quilo, passou sem tourada, ignoraram as metáforas e levaram tudo à letra ou o lápis era azul-bebé,
Outros tempos, outras touradas...

Pelo monólogo, percebi-a azeda ao telefone, a conversa com o marido era, e não era outra,
- Heitor, juntaste o desengordurador com os salgados, Qual quê, é melhor para o colesterol?!, Deve estar tudo estragado, Estragaste tudo, onde tinhas a cabeça?, Onde a pousaste sem os olhos, alho chocho?, Custou-me a brincadeira os olhos da cara, a chocha e cinco tostões, Nunca se viu!,

Nem se ouviu. Jantámos há dias,
- Heitor, levaste um sermão...
Sim, não, uma tourada,
- É como os bois: temos que os pôr ali às voltas, deixamo-los cansar e, só depois, com a língua já de fora, os podemos pegar de caras!

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