O Vasco festejou há dias o seu primeiro ano. Soprámos por ele, desejámos por ele.
Era domingo, acabámos nas Amoreiras, por sugestão dela:
- Mais por ti, podíamos almoçar naquele da Serra... Passamos pela loja dos biquínis brasileiros?...
(perífrase: figura de estilo que consiste em juntar palavras e mais palavras, encher o chouriço, quando tudo se resume a apenas quatro, "passar pelos biquínis brasileiros")
Na loja, duas manequins exibiam dois pedaços de pano, tamanho inversamente proporcional ao preço
- São lindos, não são?...
Pulseiras e pulseirinhas, colares e brinquinhos, havaianas nas mãos que os pés querem-se descalços a calcar o alcatrão, toalhas às riscas e uma prancha, tudo muito juntinho que o espaço é caro, compunham a montra...
Fiz as contas: quatro expositores, cinco minutos cada um, melhor relaxar e a distrair-me com a malta que passa...
Baixei a guarda: o Vasco já entrara de olho naquela gente bonita e sem rugas e, curioso, puxou pelo braço, efeito dominó, dez pontos e um strike, os pinos no chão à primeira!
No caos, estranhou os manequins pelo chão, um sem braço, o outro degolado. Milhares de missangas coloriam o chão da loja. Estava mais bonito, a funcionária discordou, estava num daqueles dias difíceis. Quais avestruzes, cu para o ar, bicámos tudo aquilo!
Quinze minutos de quadrúpede, um prejuízo considerável, a funcionária ainda a pensar na vida...
Mulher é assim: voltou calmamente ao expositor, afastou mais meia dúzia de biquínis.
- Podemos sair, isto não tem mesmo nada de jeito!!
Concordo: soubesse e não tinha lá posto os pés...
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