segunda-feira, 29 de julho de 2013

Cena # 18 - Histórias e Lêndeas ...



Afonso, não o conquistador, antes o Sexto, conseguiu lugar na História. Só não chegou ao pódio porque não se pode entregar os destinos do reino a um imberbe de catorze anos e esperá-lo no nevoeiro.,
Morreu Teodósio e caiu-lhe o trono nos costados: era o segundo da linha sucessória e o primeiro dos ineptos. Tão estúpido que nem percebeu, na coroação, que os únicos elogios o foram dirigidos ao pai e, mesmo a mulher, o trocou pelo cunhado...
Cognominaram d' O Victorioso: é obra!

Perdeu os passos, no quarto, em Sintra, e a cadeira para o irmão e sobrinho, o Magnânimo e  absolutista El-Rei Todo Poderoso da Marmelada: sim, essa, do Regamboleio e das Meninas de Odivelas, confesso mulherengo ou, como observa o meu amigo Faustino,
- É mais, putanheiro...
Erigiu, nos intervalos da coisa, o Aqueduto, a Biblioteca e o Convento e, com o Euromilhões de Minas, também eu fazia umas flores: bateu os alicates e, ironia da História, foi o Tio Afonso, que material e tino pouco tinha, que acabou na Sala das Pegas...

Os Braganças entregues aos bichos e, passado um sesquicentenário desde Afonso, eis João Maria José Francisco Xavier Paula Luís António Domingos Rafael de Bragança, João Maria para os amigos, Rei do Assunto Nunca Resolvido, da Commedia all' Improviso e do Burlesco, a que juntou, por força do tratado de Viena, do Reino Unido de Portugal, Brasil e dos Algarves, pois já se habituara ao Cruzeiro do Sul e à noite carioca.,
Uma figura: Rei da Indecisão, não hesitou quando os franceses o tinham no monóculo, e ele a zarpar, carregado de parasitas (os da Corte) para Terra de Vera Cruz, infestando Ipanema de parasitas: dos outros, piolhos, sim, esses mesmos, primos dos chatos que moram dois quarteirões abaixo.




Esta súmula histórica para lhes escrever sobre a minha irmã: pouco escrevi sobre a Paula, amuos de irmãos todos os tivemos, não é por aí... O que sobra, era mais certinha? Sim, era e, mais, era mesmo a única: umas colheres de terra misturadas na água insalubre do limoeiro, uma papa Predilecta que empurrava contra a boca fechada da boneca (e nós de fisga e de faca de mato), mais umas mentiras de ocasião para fugir para o Seagull, não mancham o currículo de ninguém: um relógio suíço, até chateava!

Aos quinze anos, o casal Van der Burch, ele um quatro vezes quatro, gaulês e carregador de menires e ela, a Olivia Palito, ele por cima e ela decalcomania, quatro filhos e seis cães, ou era o contrário, a convidou para a autocaravana dos Belos, a passar o agosto nas dunas do Canal, junto a Dunquerque.

A Paula sempre detestou bacalhau, a boa da açorda alentejana é comida para patos e Tulicreme, é bom para o cão...
Pois mal, todos os dias Tulicreme para barrar o papo-seco, arre burro que também é demais, por vergonha engolia meio com o leite e, o resto, escondia no bolso. Seguia-se o passeio às dunas e, por ali, preguiçavam até ao almoço. Um dia,
O cão começou a farejar a areia e a ladrar: ela a afastá-lo e ele vá de dar à pata e as fatias de Tulicreme a conhecerem a luz do dia...
Nem tudo é mau. Alteraram a ração e não mais falou ao bicho.

Esperámo-la na Portela, festa de arromba. Coçava a cabeça, tanta estória para contar: aquilo era coceira a mais e a minha mãe estranhou os artrópodes que lhe abandonavam a cabeça.,
No dia seguinte, todos conhecíamos o Quitoso: mas eram franciús, Que chique!

Ao menos, fosse como o outro, indeciso e a coçar o corno, ao sol de Copacabana...














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