sábado, 2 de junho de 2018

Cena # 1777 - Recordações do Casino Setubalense...

 
 
Já foi uma casa docente, a mãe era professora ali ao lado, o pai,

- Uma vez... - descobriu o Reis,


Setúbal, 1908.,
Começou bem fevereiro, com D. Carlos a pregar aos anjinhos,
As vinte e seis mil almas não têm paz de espírito: as greves parecem não ter fim, os soldadores temem as cravadeiras, elas ou nós,
Num ambiente de cortar à navalha, os libertários reúnem na barbearia do Quaresma, o Chico Cagarrão, o Ti Leonardo e o professor Martins dos Santos, mentor do Germinal: animação não falta,

Animatógrafos também não.,
Idos D. Carlos e o filho Luís Filipe, entra março com a abertura para a Rua dos Marmelinhos, do Casino Setubalense: inauguração de encher o olho, com a Charanga dos Cegos e ursos da Sibéria. O espaço desvendou a Rosa Engeitada e as Hermanas Telepatas, mostrou ao mundo o Trinitá e o Bruce Lee, o Bucha e o Estica,


Descambou: indianos e, como a coisa não dava, deu para o torto e por direito, filmes pornográficos,
Lembro-me das coboiadas, da fita partida e da coisa a meio, dos bilhetes que vendiam virados para o pau que suportava o teto: faz e acontece, muita garganta, toda a gente lá ia...



Toda, mesmo o pai do Quim,
- Uma vez...,
O Reis entrou a descoberto do escuro, e a coberto dos outros miúdos,
- Punheta!,

O dinheiro que o velho dava mal dava, e quando íamos ao Casino era uma festa,
- Duas filas atrás estava o meu pai, refastelado na cadeira!

Valeu que estava colado à tela, àquela e à outra,
Não foi mau:
- E só por isso é que não levantou a mão!






 

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