quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Cena # 1513 - À Memória de Jaime Rebelo.




            Quem é este homem sombrio
            Duro rosto, claro olhar,
            Que cerra os dentes e a boca
            Como quem não quer falar?
            - Esse é o Jaime Rebelo,
            Pescador, homem do mar,
            Se quisesse abrir a boca,
            Tinha muito que contar.

            Ora ouvireis, camaradas(...)
                        Jaime Cortesão, O homem da Boca Cerrada.

Filho do mar e da terra, abraçou os ideais libertários,
Foi anarcossindicalista, seguido e perseguido pela polícia política, que o prendeu em trinta e um, na Greve dos 92 dias,
E aprendeu: há gajos que não vergam, com eles no sítio, mais duros do que o aço: cortou a língua, se pensavam que ia dar com ela nos dentes.
Jaime Rebelo honra a cidade.



Hoje há debates da teta, e mesmo em tempos de vacas magras, a leiteira dá para todos,
Estou farto: destes e dos outros, diferentes, iguais a estes ou àqueles,
Estou farto: de intrujões e de doutorecos, fala-baratos, de baratas e carraças. De anasárcicossindicalistas de pito cheio,
Subtrair sempre a somar: do roubo por esticão,


Montaram o circo, chega para lá e sobra para todos: engole quem quer, é verdade,
Um detetor de mentiras em cada um sempre animava a plateia, e se lhes falta a coragem para cortar a língua, o aparelho encarregava-se.

Desculpem.,


            Já não há eleições. D. Sebastião voltou.
            (mural anarquista, que existia em Benfica)






 

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