Pêra , doze a dezasseis de abril.
Demos o berro,
Cinco dias e mil gritos depois: estou livre, das férias que não foram com os miúdos:
É dose e a comida nunca chega, chega para lá e dá em Pêra, é aqui e é assim em todo o lado: um gajo vive na selvajaria, sobrevive às feras e alimenta o ciclo: aqui há ursos,
A vida é curta. E o urso só vive uma vez: ainda bem.
Pranchas e o diabo que as carregue, bolas e bolas de Berlim e os vizinhos a comer com a areia, mais bola,
Pisaram toalhas e o risco, além da rebentação, rebentam com um gajo,
- Há tubarões?
Há:
Fiesa, esculturas de areia.
A Leonor passa por boa e eu, a mancar, quase pagava bilhete sênior. Os miúdos, de nove, seis e cinco: cinco e quatro, Vasco e Simão...
Na caixa,
- O pai diz que tenho cinco, é para não pagar o bilhete., Não é, pai?...
É: não há pai para isto,
E ainda querem gelados e gelados enfiar as patas nos tanques de peixes-gurra, que comem os pés e devoram a carteira à velocidade de quinze euros por quarto de hora, têm garras, agarra que é ladrão,
Há tubarões.,
Eu quero, eu também e eu também que vocês se: isso, meto-vos um tubarão, a sério, faz mais barato e a coisa pela metade!
E depois(?), é a visão da televisão que não veem, dos tablets e podem sonhar, pegam pelo cu e pelas calças, insistem nu fato de banho para a piscina e mais faltava.
É o pesadelo,
Afogaram tudo o que era bicho-da-conta e, contas feitas e por baixo, perco a conta aos escaravelho que não dão à pata, sabia lá que as lagartixas nadavam.
Afogámos as mágoas, no branco de Lagoa.
Estão fartos, e nós deles pelos cabelos com os pelos eriçados, hás de cá vir bater: trancámo-nus em casa e era melhor(,) se deixassem, não batessem à vez,
- Pai, o Marcelo quer entrar...
- Qual Marcelo, o presidente?!
Cu não, querem mijar e beber água,
- O nosso irmão...
- Se não é o presidente, é Páscoa e não é Belém: a:deus
E ao rabudo cus leve!
Entretanto, e entre tantas, o gato preto que apareceu junto à piscina deu à sola: encontrámo-lo morto, (desa)pereceu sob o rodado de um carro, no Carvoeiro, a vinte quilómetros e cinco minutos dali: quem é vivo sempre desaparece,
- Olhó gato!, Nem ele vos aguentou: este deu à pata: suicidou-se!
- Não foi nada!
Já hoje,
- Viram o gato preto?
- Por acaso, não...
Por acaso, sete vidas tem o gato: este, à primeira, não aguentou mais.
À primeira todos caem.,
Amanhã entrego-os às nove. Em ponto, e ponto final,
Ligo-me à vida e ao cd do carro, cheio das patas, dos animais: a gente rasteja e aguenta.,
Ligo à vida, o resto é música:
Freedom!,
'Cause I'm free to do what I want...
The Soup Dragons.
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1 comentários :
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