quinta-feira, 20 de abril de 2017

Cena # 1340 - Saudades do Telefone de Disco...*



Não se fala de boca cheia e, deixem-se de porcarias, não é isso,


É sexta, dia de autópsias: manhã e tarde quando há muito trabalho, manhã mais tarde quando os mortos dão que fazer...
Fora isso,

O Paulinho estava mortinho por me telefonar,
- Pode um gajo morrer...
Coiso e tal, acontece,
- Sempre à disposição!, Não podia, amigo...

- Sim, mesmo quando autopsias, às vezes...
- Sim, ponho em alta voz e carrego no botão...

- E então?, Porque não atendeste?!
Paulinho, não é sempre a abrir, ou é por isso,
- Mas se estava no dentista!


Ainda assim,
Pode um gajo morrer, era para saber como estavas, e já como,
Não é como antigamente, ao tempo do (doutor) Lobo, Mau Mania com os joelhos no tronco de um gajo,
- Se doer, basta dizer!
Um gajo a gritar, e ele
- Sim?, Disse alguma coisa?, É que não percebi...

Não é como antigamente: telefone havia, e só ficava a dar o giro em casa caso o meu pai abrisse o cadeado. E os cordões à bolsa de prata rendilhada, onde guardava as moedas.





*E vivíamos bem com (sem) isso...

0 comentários :

Enviar um comentário

 
;