O meu irmão Paulo era o nosso Vasco!,
Gémeo da minha irmã, nasceram com quinze minutos de diferença, ela, despachada, primeiro.
(desentenderam-se quando, à pendura da mini Honda, a deixou estatelada no cruzamento dos correios e não reparou)
Frequentavam a mesma turma,
A Paula aplicada e organizada, ele nem tanto: material faltava, a letra ocupava as três linhas, a professora, que não era de assoar, torcia o nariz,
- Menino Paulo: os teus cadernos parecem as árvores no outono, com as folhas sempre a cair...,
A malta, adorava-o!
Em setenta e sete, havia exame de Ciências e de Letras para quem não dispensasse e, ele, não desapontou,
Deixou o exame de Desenho, e o grupo que o seguia, alegre,
Entrou no carro,
- Paulo, foi fácil?
- Não fiz nada. E proibiram-me a saída, estive duas horas a rabiscar papel!, Era para construir um cubo com nove centímetros...
- Não desenhaste?...
- Desenhar o quê?!: sabia lá eu o que era um cubo!!
Mas...
- Não te preocupes, mãe., Ela passa-me, é tua amiga!
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