Cena # 65 - Gelado de Rum...

Podia e começa mesmo assim: era uma vez,

Andava o pobre homem a contar baixinho vinte, vinte e um, quarenta e sete, e oito e nove, setenta e seis, setenta e sete...
Alguém o interpelou, curioso:
- Desculpe...
- É um mero exercício mental: estou a contar as diferentes posições que um homem

E a mulher do outro, podem experimentar,
- Para já, ocorre-me ela por baixo e ele por cima...
- Ah, muito obrigado!, Cento e dois, cento e três e quatro e cinco...




Vem esta história a propósito de gelados (agora é que se passou),
Explico: adoro gelados, devoro gelados, mas desprezo os tradicionais chocolate, baunilha e morango.

Não resisto à bolinha diferente, pulam as papilas: lembro-me das bolas multicolores de gengibre, ácer, whisky, rosas, arroz doce, feijão...
Se quiserem por cores, nos laranjas: a cenoura, o damasco, a toranja, a abóbora ou em combinações verde-castanho, hortelã-moscatel, manjericão-canela, eucalipto-amendoim, lavanda-cerveja...
Querem uma paleta, do rosa ao azul escuro: romã, melancia, arandos, mirtilo, para todos os gostos!

Acreditem, ou não, todas estas bolas já me passaram pelo canal!, Os miúdos estranham se não peço a bola de nêspera ou de noz moscada e limão...
Seis da tarde mais os três na baixa, saí para o Largo da Misericórdia, a babar as duas bolas,

- Pai, essas bolas são de quê?...
- Meloa e rum...
- Meloa e atum?, Ah, de atum, eu gosto!!

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